Deitado na cama, Kurt conseguia ver o relógio piscar. Eram 5 horas da manhã, e ele ainda não havia dormido. Pensava no dia que acabara. Algumas horas antes, Blaine estava ali com ele. Porque era tão difícil falar sobre seus sentimentos?
Eram melhores amigos há uns 4 ou 5 meses, e desde o começo Kurt sentia algo diferente. Pegou o celular embaixo do travesseiro (não dormia se não estivesse lá) e viu as 6 chamadas perdidas, não ligaria de volta. Outra ligação. Ele olhava para a tela do celular, o nome de Blaine e a foto dele ali. Uma lágrima escapava.
_ Não vou atender. - ele mordia o lábio - Não vou atender até me livrar desse peso nas minhas costas.
Outra lágrima escorria pelo rosto dele. Kurt fechava os olhos, tentando esquecer a imagem de Blaine sentado em sua cama, rindo. Tentando esquecer os bons momentos que tiveram. Ele não ia se manter preso à uma pessoa que não podia retribuir seus sentimentos. Uma mensagem.
"Kurt, não sei o que está acontecendo, mas eu preciso falar com você. Por favor, me responde. Eu sei que você tá acordado e não vou dormir enquanto você não me responder."
Ao ler a mensagem, se sentou. A curiosidade de saber o motivo de Blaine para ficar acordado era imensa. Apoiou a cabeça nos joelhos e pensava no que fazer. Pegou o celular, e discou o número de Blaine, pensando se devia ligar ou não. Mas antes de decidir, ele começou a ligar, pela oitava vez.
_ O que é, Blaine?
_ Porque você tava me ignorando?
_ Não é da sua conta. - um soluço de choro.
_ Sim, é da minha conta porque estou perguntando.
_ Para com isso.
_ Kurt.
_ O que foi, Blaine?
_ Eu te amo.
Silêncio. A ficha de Kurt não tinha caído.
_ O q… o que?
_ Você escutou, Kurt. Eu te amo.
_ Blaine, eu… eu… te amo também.
E parecia que agora todos poderiam descansar com a mente limpa e com um sorriso no rosto.